O estudo examinou a forma como os pais avaliam a qualidade de vida relacionada com a saúde (QVRS) das crianças sobreviventes de cancro cerca de 2,5 anos após o diagnóstico, e teve como objetivo identificar os factores de risco para uma má QVRS, tal como relatado pelos pais. A investigação envolveu 305 crianças e adolescentes sobreviventes de leucemia ou de tumores do sistema nervoso central. Os pais tendiam a classificar a QVRS dos seus filhos de forma mais positiva do que as mães, particularmente nos domínios relacionados com a família, os amigos e a própria doença.
O estudo revelou associações significativas entre uma má QVRS nos sobreviventes e factores específicos, incluindo o diagnóstico de tumores do sistema nervoso central, a idade mais avançada aquando do diagnóstico e a não participação na reabilitação. Estes resultados sublinham a importância de os profissionais de saúde reconhecerem as diferenças nas percepções dos pais sobre os cuidados posteriores aos sobreviventes de cancro infantil. A identificação precoce de doentes de alto risco para uma má QVRS e a prestação de apoio às famílias após o diagnóstico são cruciais para salvaguardar a QVRS dos sobreviventes durante os cuidados posteriores. A investigação futura deve aprofundar as caraterísticas dos sobreviventes de cancro infantil e das famílias com participação limitada em programas de reabilitação.



